22/08/2023
Cotidiano

‘É real, é sonho realizado’, comemora pequena agricultora ao receber casa no Paiquerê

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Um sonho de anos que para muitos só era possível nas histórias passadas na televisão. A pequena agricultura familiar Heliamar Sebastiana Bahls, é uma das 16 chefes de família que comemoram a mudança para a casa nova. “Lavava roupa lá na fonte, agora tudo o que a gente leva a mão é novo, dá gosto. Lavo as roupas da minha família na minha lavanderia, com meu chinelinho de dedo. O povo do interior tava esquecido e agora olho e ainda não caiu a ficha. Isso tudo é real, é sonho realizado de verdade”, comemora.

Nesta terça feira (29) as 16 novas moradias foram entregues oficialmente para as famílias que acompanharam as novas casas sendo erguidas na propriedade onde nasceram e foram criados. “Nasci e me criei aqui. Aqui nesta terra me casei e nunca quis sair. Agora com este conforto e segurança de casa nova, vou ter mais condições de produzir mais, aumentar a renda da minha família e realizar mais sonhos. Sei que eles são possíveis agora.”, diz Eranilde Martins Shfer, também produtora rural.

A Prefeitura de Guarapuava entregou as chaves das habitações rurais as famílias dos distritos do Guairacá, Palmeirinha e Entre Rios. As casas integram a parceria entre Governo do Estado e Caixa Econômica Federal através do programa Minha Casa Minha Vida Rural, Cohapar, Emater e Secretaria Municipal de Agricultura, através do Vida Rural, programa implantado pela atual administração com o objetivo de melhorar a vida no campo e evitar o êxodo rural. “Não há satisfação maior do que ver o nosso produtor motivado em ficar no campo e estas novas moradias devolvem a dignidade a estas famílias que são responsáveis por 75%  do que consumimos na cidade”, diz o prefeito Cesar Silvestri Filho, que visitou famílias beneficiadas no Paiquerê, comunidade do Distrito da Palmeirinha.

As obras foram praticamente 100% subsidiadas. As famílias vão pagar R$1.140 pela moradia, em quatro parcelas anuais fixas de R$ 285. Em quatro anos terão sua casa quitada. A habitação custa R$ 28.500. “Já pagamos a primeira. Em pouco tempo, a casa será nossa”, conta Heliamar. Essas 16 casas integram o primeiro lote de habitações rurais que serão entregues aos produtores rurais. Outros projetos já estão em andamento, totalizando mais 130 moradias para este ano.

 

Viúva há mais de 13 anos, Elza de Oliveira Timóteo Brasil criou os quatro filhos sozinha em uma pequena casa de madeira herdada dos sogros. Além de pequena, a habitação estava sem condições de moradia. “A casa estava caindo e eu lavava as roupas lá embaixo no mato, e prá tomar banho era uma dificuldade porque também tinha que puxar água. Eu fico aqui olhando e penso o quanto Deus é bom. Depois de tanta luta, sacrifício e até chegar a pensar que nunca iria morar numa casinha melhor, olha eu agora”, sorri emocionada.

Além da casa, Elza, 48 anos, comemora o retorno da filha Eunice,  de 26 anos, que retornou da casa de uma prima na Vila Bela e agora está trabalhando na panificadora comunitária do Paiquerê, juntamente com a mãe. “A gente queria trabalhar, mas não tinha onde, por isso fui embora. Agora temos renda, temos uma perpectiva de vida que jamais imaginamos. Uma benção”, diz Eunice.

 

 

Sônia Sochodoliak Bastos, 29 anos, abriu a casa nova para os visitantes  e emocionada fala da alegria em arrumar suas coisinhas em um lugar que sabe que não vai molhar e se perder. “Tô muito feliz. Sempre sonhamos com nossa casinha e depois de 1 ano e 4 meses de casada, tenho uma casa nova com três quartos, sem pagar aluguel e sabendo que ela vai ser minha daqui há quatro anos. Agora podemos pensar nos filhos e nos projetos para o futuro”. Ela e o marido, Júlio Cesar, moravam no mesmo terreno dos pais dele, mas em uma casa emprestada. “Seria difícil fazermos a nossa casa em pouco tempo, pois trabalhamos em uma leitaria e completamos a renda com a venda de hortaliças na feira do produtor e para merenda escolar”, conta Júlio

O também pequeno produtor Josuel de Oliveira, 54 anos, é nascido e criado na comunidade São Pedro no Distrito do Guairacá. Há cinco anos voltou para a lavoura da onde, segundo ele, nunca devia ter saído. “Hoje planto milho, mandioca, crio porco e tenho uma vaca de leite para uso da casa. Com a casa nova nem em sonho quero sair mais daqui. Casa nova, vida nova e um tanto de sonhos na cabeça que vou realizar com minha família, com o apoio de meus vizinhos e com os projetos da Prefeitura que vem nos devolver a dignidade finalmente.”

O pequeno Willian Wachileski, de 3 anos, filho do produtor Alceu Wachileski acompanhou a alegria dos pais e disse com a pureza de quem sabe das coisas: “Meu pai tem um cavalo, vaca e eu vou morar sempre aqui. Não vou deixar minha casinha nova. E vou ganhar uma bola”, afinal os sonhos podem se tornar realidade.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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